sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Abandonos




ainda, a esta hora, se vê
o clarão 
para os lados do poente. 

algures no horizonte,
um ponto 
determinado na plasticidade 
do tempo. 

o barro, 
as telhas ardentes
na inclinação do eixo. 

e a declinação imagética 
no movimento 
dos astros no céu. 

o espectro
projectado da fenda
ainda ilumina a casa

Tinha iniciado o poema ainda se via... 
termino-o já é outro dia.

autor: hajota


6 comentários:

  1. Infelizmente existem muitas...
    Beijinhos e bom fim-de-semana
    :)

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  2. Este lugar surpreendeu-me com a excelência do veludo que os olhos tocam. Mérito inteiro da fotógrafa-poeta já que a minhas palavras pouca valia têm.
    Obrigado.
    Um beijo para a Piedade Sol.

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  3. hajota afastou-se das lides poéticas, o que é pena.
    Deixou saudades, pois tinha bons poemas.
    Este, escrito com coerência é um dos que gosto.~
    Beijos para ambos.
    ~~~

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  4. Olá, Sol.
    Sabe, fico sempre tão melancólica diante de uma casa antiga abandonada... porque elas têm histórias. São como pessoas.

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  5. Como no comentário anterior da Ana Bailune os abandonos seja quais forem nos remete a melancolia das perdas. Também gosto de clicar uma casinhas antigas e toscas.
    E o poema do Agostinho nos deixa esperançosos de que o "espectro projetada da fenda" ainda volte a iluminar.
    Beijinho

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Não sou fotógrafa, mas, gosto de fazer arte com a fotografia. Todas as palavras e as imagens deste blogue são de minha autoria, excepto as que estão assinaladas com os devidos créditos. Não são fotos perfeitas, nem eu quero que assim sejam, porque por vezes é na imperfeição que se encontra a beleza encoberta.
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